Por Ezequiel Almeida
Até o final dos anos 80, a música adventista brasileira centrava-se na existência dos grupos, quartetos e corais. Predominava versões e traduções norte-americanas, prática herdada desde os primeiros Arautos do Rei (versão completa dos King´s Heralds), os quais eram suporte evangelístico do Pastor Roberto Rabello no programa de rádio A Voz da Profecia. Dentre os inesquecíveis Grupos das décadas de 80 e 90, destacam-se nesse registro histórico: Prisma Brasil, Integração, Órion, Grupo VP, Carisma, Harmuss e Projet´art.
Antes das coletâneas impressas, Cds do Ministério Jovem, projeções e slides, prevalecia o Hinário como repertório elementar do cântico litúrgico. Para além do louvor congregacional, sempre houve espaço para outras formas de mensagem musical – Solo, Dueto, Conjunto, instrumental e outros.
Embora as décadas de 60 e 80 sejam lembradas no âmbito secular pela Revolução musical (que impactou e influenciou também a música produzida pelos evangélicos), na música adventista, critérios peculiares fundamentais e característicos de sua mensagem e identidade (denominacional e missiológica), foram preservados em sua produção fonográfica.
A Gravadora Voz da Profecia prezava pela qualidade da música em sua totalidade. Delegando aos Maestros a direção musical em harmonia com a filosofia adventista, produzia discos de rara qualidade cristã, apreciados tanto por adventistas como outros cristãos evangélicos.
Reconhecida por muitos protestantes pela sua excelência desde os primórdios de sua difusão fonográfica e radiofônica, a música em seus estilos, letras, ritmos, arranjos, melodias e harmonias eram escrutinados por boa parte desses “Pastores – ministros de louvor”, cuja orientação, supervisão e formatação de repertórios submetiam-se aos seus olhares e aval, o que permitia resguardar princípios e valores da música adventista, preservando sua identidade própria.
Desse patrimônio histórico musical, destacam-se os seguintes Pastores-Maestros: William Costa Júnior, Flávio Santos, Jader Santos e Evaldo Vicente. Inúmeros outros (apenas Maestros-pianistas) como Lineu Soares, Ariney Oliveira, Silmar Correia, Kleber Augusto, Ronye Dias, Clayton Nunes, Cleiton Schaeffer e Ricardo Martins compõem uma boa tradição de exímios Maestros que remontam a nomes como Flávio Araújo Garcia e Alexandre Reichert Filho.
No que diz respeito ao uso dos instrumentos musicais, a bateria até o início dos anos 90 permanecia um tabu. Muitos LPs gravados limitavam-se às programações no Teclado e orquestrações de estúdio, seguido de outros instrumentos como sopro e cordas. Dentro dos Templos, nos cultos, recomendava-se o uso apenas do piano e instrumentos afins. Reprovava-se a formação de Bandas com guitarra elétrica e bateria. Prevalecia o Piano junto ao canto congregacional ou em acompanhamento de solos vocais.
Com o passar dos anos, as inovações do Grupo Heritage Singers foi significativo para impactar e inspirar também brasileiros, pois, cantores adventistas estadunidenses, sempre exerceram de alguma forma função de parâmetro para a música adventista em nosso país.
A adesão ao uso de instrumentos percussivos de forma moderada e cautelosa nas gravações de LPs, trouxe possibilidades de rupturas tradicionais, polêmicas, escândalos e altercações ideológicas tanto entre músicos como entre membros da igreja.
As técnicas vocais daqueles anos eram simples, mas não necessariamente simplórias. Nos grupos, vozes femininas e masculinas alternavam-se entre si na execução e entoação melódica das frases, estrofes e refrões dos cânticos. Músicas iniciadas com solistas eram acompanhadas ao fundo (ou somente no refrão) das vozes em coro. Nada de melismas, firulas, caretas ou agudos exagerados atingindo decibéis na casa dos três dígitos. Nem mesmo os “laiá laiás, uô uô, iê iê, thurururu e thururu ááá” eram comuns.
Até o início dos anos 90, cantores adventistas conhecidos pela gravação de disco solo, foram poucos. Entre os cantores masculinos, poderíamos citar Alfredo Arruda, Luiz Cláudio, Noel Albuquerque e Edson Cruz (Edson Montenegro), sucedidos por Josué de Castro e Fernando Iglesias. Já entre as vozes femininas, Zilda Azevedo (nossa Del Delker), Eclair Hercole e Sonete. Depois veio Bety Souza, Alessandra Samadello e Regina Mota.
Na metade da década de 90, a música adventista muda radicalmente. Os Arautos do Rei torna simbólica essa mudança de tempos inovando com uma formação de jovens cantores com forma e estilo vocais bem modernizados. Társis Iraídes, Ronaldo Fagundes, Dênio Abreu, Jeferson Tavares e a permanência do Maestro e pianista Jader Santos compunham assim um quarteto sacro contemporâneo. A Gravadora Voz da Profecia começa a dar passos de profundas transformações na tentativa de atrair musicalmente as novas gerações.
Nessa época, a cantora Geisa Neves torna-se uma revelação dos talentos musicais femininos, fazendo apresentações em várias partes do Brasil. Cativa a muitos com a sua voz e canções interpretadas. Entre 1996 e 2000, embora de gravadora independente, essa cantora tornou-se uma das mais escutadas e apreciadas pela mocidade adventista. Posteriormente, despontariam cantoras como Iveline, que também já se destacava e aos poucos tornava-se popular.
Também seria lançado o CD de cantoras como Melissa Barcellos e, anos depois, Rafaela Pinho, sinalizando uma nova era de produções em massa de talentos femininos.
Com a virada de século, a VP Sisac (Sistema adventista de Comunicação), consolida-se em Gravadora Novo Tempo. A partir de então, torna-se o selo fonográfico das produções musicais oficiais da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Essa evolução tecnológica nos estúdios e gravadoras da IASD traz consequências ambivalentes. Por um lado, potencializa a difusão da mensagem adventista em forma de música, bem como estimula ainda mais a inserção de jovens na área musical da igreja, revelando talentos. Por outro lado, ao torna-se um produto de consumo capaz de agradar variados gostos pessoais, a música abre brechas para a cultura do relativismo e secularismo.
Na chegada do terceiro do milênio, novos CDs são produzidos, marcando tempos de completa renovação desse cenário musical. Um disco que marca essa fase de transição para o contemporâneo é “Contraste” (Art Trio). Outro foi do Grupo NOVO TOM, com o Álbum duplo intitulado “O melhor lugar do Mundo”. Produzido pelo Maestro Lineu Soares, trazia uma proposta inovadora com um disco de Banda instrumental (piano, bateria, baixo, guitarra e etc.), e o outro disco com repertório do grupo vocal (Novo Tom) acompanhado pela mesma Banda, liderada pelo mesmo Lineu Soares.
O Grupo Novo Tom nasceu de uma extensão e renovação do Grupo Tom de Vida, do qual Lineu também foi diretor musical. Nessa época, um dos integrantes do Novo Tom era Leonardo Gonçalves, de 21 anos de idade, cujo CD solo já estava em produção. Após ser gravado por volta do ano de 2001, o disco “Poemas e Canções”, em 2002, chega às lojas do SELS.
Nas rádios Novo Tempo de todo o Brasil, esse cantor “estoura”. Seu “novo” estilo de cantar, mesclando Soul, R&B, MPB e Jazz quebra todos os paradigmas tradicionais da música adventista. Para alguns, modernização, artística e inteligente; para outros, mundanização, consciente e irreverente. Curiosamente, um CD produzido pelo maestro William Costa Júnior, coincidentemente, tio do Leonardo Gonçalves.
Com um repertório formidável (composições do próprio cantor, de Stênio Marcius, de João Alexandre, Cleiton Schaeffer, William Costa Júnior e outros), melodias, arranjos e interpretação bem requintados em estilo virtuose do gênero, o CD “Poemas e Canções” viria para polemizar, marcando abismo entre as gerações passada e uma nova era na música adventista brasileira. Começando pela contratação da Novo Tempo para participação de instrumentistas renomados da música popular brasileira: o baterista Carlos Bala e o guitarrista João Castilho, eminentes músicos e conhecidos por tocarem com renomados cantores seculares como Djavan.
Abrindo um parêntese, de certa forma, a crítica feita pela contratação dos músicos supracitados (polêmica desde a gravação do CD “Mais forte do que sou”, de Melissa Barcellos) revelou uma realidade latente: a música adventista sempre foi um celeiro de revelação de talentos vocais, mas quase um deserto em relação à formação de diversificados instrumentistas. Fenômeno contrário de boa parte da cultura musical evangélica brasileira, onde predomina o estímulo à formação de instrumentistas em detrimento da escassez de cantores – excetuando-se casos e casos. Fecho o parênteses.
Leonardo Gonçalves evidenciava ser o cantor mais amado e criticado na história da música adventista brasileira. Ainda que ele não premeditasse, seu perfil musical e apresentações favorecia cada vez mais a exagerada veneração à sua performance por parte de muitos jovens séquitos desvairados e apaixonados, quando ao final de cada apresentação, assobios e gritos eufóricos assemelhavam-se a fãs de alguns ídolos pop em seus respectivos shows.
Assim, ao tornar-se um cantor adventista estimado pelo mundo gospel, transformou-se também, de certa forma, num símbolo do ápice pós-moderno no histórico da música adventista até nossos dias. Primando pela consistência teológica e poética, propondo ricas letras e compositores magistrais em seus primeiros discos, tornar-se-ia um dos precursores de um estilo e movimento musical contemporâneo que pretendia aliar arte, adoração e evangelização.
Porém, seria com ele, que a geração da cultura do “fã-clube” e superestimação do “artista celebridade” encontraria seu ponto culminante, algo plenamente inusitado no meio adventista. Antes, cantores adventistas restringiam-se mais ao suporte musical evangelístico das programações e eventos denominacionais; Leonardo Gonçalves expandiria seu espaço de atuação, ampliando fronteiras denominacionais e apresentando-se em shows de produção independente.
E isso suscitou debates e reflexões internas, tais como:
“Até que ponto, a música artística – mercadológica se harmoniza com propósitos de adoração e evangelização? Qual o papel e autoridade dos escritos de Ellen G. White sobre a música adventista contemporânea? É possível ter autonomia artística e fazer música adventista contemporânea sem sair dos princípios e orientações da pena inspirada da luz menor? A música que adora a Deus está fora dos critérios de gostos pessoais? É possível fazer música que alie glorificar a Deus e agradar ao gosto humano? Qual o maior objetivo da música Gospel e seus respectivos shows? É compatível com a natureza do Cristianismo, a cultura Gospel que torna cantores em celebridades / Pop?”
Se a cultura gospel pop nasceu para promover ídolos, exaltar o relativismo, descartar os valores absolutos e desconstruir as tradições, com a música gospel atrelada à essa cultura o resultado não foi diferente. Confirmou-se que música nesse feitio dificilmente eleva a mente para coisas sublimes, puras e nobres como a santidade divina. É o frenesi, adrenalina e prazer egolátrico que tendem a predominar. É uma música voltada para a gratificação pessoal e centralidade do eu – seja do cantor seja do ouvinte.
“Atualmente, não se pode afirmar que há uma música adventista, mas muitas músicas adventistas. Existe a Gravadora Novo Tempo, com estilos variados e pró-juventude, mas existe também a Gravadora Musicasa, com produções mais conservadoras, instrumentais, suaves e tradicionais.
A Musicasa buscou conciliar música sacra contemporânea de qualidade com a filosofia adventista, cumprindo o papel integral da música em adoração a Deus e deleite de coração humano.
A Novo Tempo tem revelado talentosos compositores na nova geração da música adventista: Daniel Salles, Felipe Valente, Estêvão Queiroga, Os Arrais, Jefter Moura, Roberta Spitaletti, Deise Jacinto, Pedro Valença e outros.
A Musicasa cumpre papel espiritualmente salutar ao preocupar-se com o devido equilíbrio integral da música, de modo que ela possa enobrecer, enlevar e edificar o ouvinte, mas, acima de tudo, buscando reverenciar a Deus, exaltando o ideal do que seria música sacra na harmonia, melodia e ritmo. No espírito, forma e letra”
Pelos seus padrões conhecidos, a Musicasa não gravaria músicas como Sublime (nos moldes pop rock), no qual Leonardo Gonçalves gravou pela Sony music. A Novo Tempo, provavelmente. A Musicasa busca produzir e divulgar música sacra contemporânea que une gerações. A Novo Tempo tende a fazer música que faça mais jus ao seu próprio rótulo, atraindo aos mais jovens, embora não necessariamente.
O uso da bateria nos templos, ainda segue como um ponto de divergência concernente à música e seu uso. Demonizada por uns, sacralizada por outros. Para muitos, debate ultrapassado. Barulho não do instrumento, mas de mentes estreita e ultraconservadora. A Associação Geral tem documentos cuja posição oficial nem proíbe e nem “libera geral”. Para uns, o problema seria o músico e não o instrumento. Para outros, uma questão cultural e local. Outros encaram o caso como um legalismo hipócrita por parte de alguns que se opõe ao uso do instrumento, mas aceitariam o play-back contendo os mesmos sons. No final, tudo parece corroborar com um trecho de um conhecido compositor cristão, que criticando os sistemas religiosos, suas regras, templos e organizações, afirma ser ali o lugar onde “…todos proíbem, todos permitem, onde são assim, nem ‘sim’ nem ‘não’”.
Analisando esse panorama histórico da música adventista percebemos basicamente quatro elementos presentes na música atual, resultante desse processo de transformação cultural das últimas décadas:
[1] A música que prioriza elevada sofisticação artística e poética, porém neutra quanto à mensagem cristã adventista, amalgamada entre a erudita e popular, contendo letras sentimentalistas e ambíguas, sons extremamente secularizados, um evangelho relativista e um Cristo “light” ou anônimo.
[2] A música carismática com excessiva repetição — muitas das vezes dando ênfase ao derramamento do Espírito e Reavivamento – que lembra o mantra e leva ao êxtase.
[3] A música sincopada. Por excitar mais o estímulo corporal e prazer carnal, provoca um desequilíbrio entre emoção e razão, corpo e mente, influenciando no comportamento gerado e conduzido pela batida de sons e instrumentos ao invés de um canto racional e voluntário. Existem diversos estudos científicos que atestam o poder da música (principalmente sincopada) sobre a mente humana. O apóstolo Paulo disse: “…Cantarei com o espírito, mas também cantarei com a mente…” (Ef 6:18).
[4] A música que não é bíblica.
Inúmeras músicas adventistas são superficiais e inconsistentes teologicamente. Jader Santos, Valdecir Lima, Mario Jorge Lima e Fernando Rochael são alguns dos compositores que não produzem uma única letra medíocre. Fora da igreja adventista, compositores como Stênio Marcius Botelho é um exemplo de riqueza poética, melódica e teológica, acrescidas de maviosidade cristocêntrica. Podemos melhorar?
A questão que fica é:
Que rumo tem tomado a música adventista? Em quê sentido tem melhorado ou piorado? Como produzir uma música que glorifique a Deus, una gerações e quebre paradigmas sem perder princípios? Como abrir espaço para a celebração da diversidade musical, sem torná-la relativista e secularizada? Esse debate ainda faz sentido em nosso tempo? Morrerá, sobreviverá ou sucumbirá culturalmente?
No contexto escatológico da tríplice mensagem angélica, a adoração é o cerne do conflito cósmico. Embora saibamos que a adoração não começa nem termina com música (mas envolve uma vida de entrega completa, devoção e serviço), entendemos a importância de seu papel [música] e influência na mente (palco desta batalha) e cosmovisão do cristão.
Se músicos e escritores modernos como o falecido crítico cultural cristão H. R. H. Rookmaaker argumenta, em certo sentido, que a arte não precisa ser justificada, para alguns teólogos e músicos adventistas de posição mais conservadora que têm se dedicado a escrever sobre esse tópico, tal tema merece especial cuidado e estudo. Dentre muitas interessantes obras a esse respeito estão: “O cristão e a música rock” de Samuelle Bachiocchi, “A Carismatização do Adventismo” (Vanderlei Dornelles). Sites como “Música Sacra e Adoração” e os blogs de Douglas Reis e Gilberto Theiss também oferecem bons textos sobre o assunto. Joêzer Mendonça também é um proficiente especialista no assunto e presta relevante serviço à igreja por meio de seus escritos e livro intitulado “Música e Religião na Era do Pop”.
A escritora Ellen G. White escreveu há mais de cem anos que a música é o ídolo de muitos dos professos adventistas. Outrora instrumento de adoração e ministério de pregação e louvor, tem descambado frequentemente para o terreno do mero entretenimento. Como veículo precioso capaz de comunicar mensagens divinas, traduzir emoções, sentimentos e até orações, adaptável a variados contextos específicos, a música nunca deveria tornar-se um fim em si mesma, tampouco empregada de modo a favorecer idolatria, seja dela em si seja dos próprios cantores e músicos que a executam.
Um triste exemplo em nossa época é quando, num evento para jovens, organizado pela própria igreja, um afamado cantor adventista bastante expectável e prestigiado pela juventude canta antes do momento do sermão para logo se retirar. Sendo sua última apresentação musical, o pregador, por melhor que seja, será ouvido por um público menor. Se o mesmo cantor permanece para cantar ao final do sermão, na ânsia de ouvi-lo novamente, tais jovens podem parar e ouvir o pregador. Do contrário, a pregação bíblica sofre lamentável descaso comparado a shows musicais.
Como não ter saudade de tempos em que o momento mais esperado não era o de ouvir o cantor, mas da pregação bíblica? Como não ter saudade de tempos (que eu nem vivi, talvez, pois nasci em 1983) em que não era necessário distrair jovens com cantores e eventos, pois dentro deles havia mais paixão pela pregação e Escrituras do que por diversão e entretenimento (Mariazinha, Yolanda, Chico Bíblia e muito mais)? Como não imaginar corais e grupos de outrora sem artistas celebridade e microfone que, pela intervenção do Espírito e Graça divina, foram capazes de atrair ouvidos de pessoas sedentas por Cristo (quilômetros de distância) para ouvi-los cantar a Palavra de Deus e se renderem a Cristo (Ver depoimento de W. Costa Júnior no dvd ELEF)? Como não ter saudade de tempos em que havia apenas uma Celebridade no Templo? A maior Celebridade do universo. Quando todos juntos cantando para ELE eram motivados ao final de um cântico a bradar um fervoroso “Amém e Aleluia” ao invés de ovacionar alucinadamente a criatura como se fossem divindades. Quando jovens peritos na Palavra era comum e essencial. Música era importante, mas mero detalhe adicional.
Sem querer ser saudosista melancólico que quer andar pra trás, busquemos resgate de valores. Não remover os marcos antigos (Pv 23:10), mas manter um olhar no legado e herança recebida dos que vieram antes e outro no horizonte que nos desafia. Entender que a dinâmica da vida e acontecimentos históricos se sucedem é tarefa necessária e lúcida. “Não se entra duas vezes no mesmo rio”, disse Heráclito. “Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia”, escreveu um conhecido músico e poeta letrista brasileiro.
Mas, reflitamos…
Ontem éramos o povo da Bíblia; hoje, somos o povo da música. Será que retrocedemos?
abril 23, 2017 at 3:11 pm
Artigo muito bem equilibrado. Gosto muito do blog!
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abril 24, 2017 at 1:29 am
Agradeço pela leitura, Julio Cesar. Agradeço também ao Reação adventista pelo espaço oportunizado. Nos acompanhe sempre! Abraços.
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maio 4, 2017 at 12:46 am
Gostei muito do texto, achei bem elaborado e embasado. Obrigado por causar em mim uma importante Reflexão…
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maio 4, 2017 at 1:04 am
Viajei no tempo através da história. Gostei!
Se através das músicas fizermos a diferença transmitindo a mensagem de forma relevante, aí sim!
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junho 17, 2017 at 2:52 am
Depende muito…. uma coisa é colocar rockzão…. mas também não há problema a musica ter um ritmo, se o foco for a letra…. Se você ver na bíblia, Mirian utiliza um instrumento parecido com um pandeiro, com letra repetitida. Você realmente acha q Deus liga pra complexidade da letra da música q os seus filhos louvam?
Mas concordo com você em parte, como na parte de idolatria dos cantores gospel, acho q admiração é normal, pela voz ou etc. Utilizar Leonardo Gonçalves é sacanagem também, pois ele não está mais ligado à igreja adventista, oq ele fez é algo um pouco complexo pra mim, digo q “ele foi pro mundo” . Não da pra dizer q as musicas antigamente eram melhores, pq na vdd eram padrão da época… é mt sem sentido cantar músicas q as frases delas fazem pouco sentido e com palavras quase extintas, isso não funciona pra um jovem por exemplo, mas concordo plenamente q não pode colocar um funk gospel mas tb dar ritmo não há nada de errado. Não está escrito em lugar nenhum o padrão de música cristão, se a pessoa expressa a letra e não o som, ta sem duvida , valendo pra Deus…. pois vivendo num mundo globalizado como esse, exigir q se cante musicas com ritmos de funeral não da,a musica é pra Deus mas tb pra agnt se aproximar de Deus, se vc canta algo desconfortavel pra vc, qual vai ser o sentido de cantar?? Vc acha q Deus quer q louvemos ele desconfortavelmente? Esse deve ser um momento de alegria, ainda mais q musicas do hinário não foram feitas por adventistas, pq dar tanta importância a elas?? Acho 0 de problema de colocar “ooh” pois isso da musicalidade na musica, mas claro, se não houverconteúdo na musica, perde o sentido. Enfim, parabéns pelo texto, apesar de eu descordar com alguns pontos
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outubro 6, 2017 at 5:17 pm
Boa tarde eu sao do Peru mais escuto muitaa música Adventista brasileira. O artigo foi muito bom escrito, e chama as os leitores a refleitir no apresnetado. Tenho uma pergunta onde posso encontrar as musicas da MUSICASA ? me ajuda? Brigado.
Deus abencoe!
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novembro 18, 2017 at 12:50 am
SÓ PARA ENFATIZAR O QUE FOI RELATADO NESTE TEXTO TÃO BEM ELABORADO NA MINHA OPINIÃO, É QUE SATANÁS FOI O REGENTE DAS MÚSICAS LÁ NO CÉU. ENTÃO SE NÃO TIVERMOS A HUMILDADE DE PEDIR A DIREÇÃO DE DEUS E AGIRMOS COM A NOSSA PRÓPRIA VONTADE, PELO SIMPLES E ÚNICO PRAZER DE SERMOS VISTOS E ADMIRADOS, AÍ SIM ESTAREMOS NOS ENTREGANDO A SATANÁS PELO PECADO DA VAIDADE. QUE TAL ESTUDARMOS MAIS AS ESCRITURAS E OS ENSINOS DE ELLEN WHITE A RESPEITO DE TAIS COISAS?34. Descreva a atitude dos anjos diante de um grupo de cristãos que cantam músicas e canções frívolas?
“As coisas eternas tem pouco peso para a juventude. Anjos de Deus choram quando registram palavras e atos de professos cristãos. Adejam anjos em torno de uma habitação além. Jovens estão ali reunidos; ouvem-se sons de música em canto e instrumentos. Cristãos acham-se reunidos nessa casa; mas que é que ouvis? Um cântico, uma frívola canção, própria para um salão de baile. Vede, os puros anjos recolhem para si a luz, e os que se acham naquela habitação são envolvidos pelas trevas. Os anjos afastam-se da cena. Tem a tristeza no semblante. Vede como choram! Isto vi eu repetidas vezes pelas fileiras dos observadores do sábado, e especialmente em _____________.” (Testimonies vol. 1, pág. 506)
35. O que é música para muitos professos observadores do sábado?
“A música é o ídolo adorado por muitos professos cristãos observadores do Sábado. Satanás não faz objeções à música, uma vez que a possa tornar um caminho de acesso à mente dos jovens (Ibid.)
36. Que tipo de música não se harmoniza com o gosto de jovens cristãos professos?
“Jovens reúnem-se para cantar e, se bem que cristãos professos, desonram freqüentemente a Deus e sua fé por frívolas conversas e a escolha que fazem da música. A música sagrada não está em harmonia com seus gostos. Minha atenção foi dirigida aos positivos ensinos da Palavra de Deus, que haviam sido passados por alto. No juízo todas essas palavras da Inspiração hão de condenar os que não lhes deram ouvidos.” (Ibid.)
37. O que produz as diversões teatrais?
“Entre os mais perigosos lugares de diversões, acha-se o teatro. Em vez de ser uma escola de moralidade e virtude, como muitas vezes se pretende, é um verdadeiro foco de imoralidade. Hábitos viciosos e propensões pecaminosas são fortalecidos e confirmados por esses entretenimentos. Canções baixas, expressões e atitudes licenciosos depravam a imaginação e rebaixam a moralidade. Todo jovem que costuma assistir a essa exibições se corromperá em seus princípios. Não há em nosso país influência mais poderosa para envenenar a imaginação, destruir as impressões religiosas e tirar o gosto pelos prazeres tranqüilos e as realidades sóbrias da vida, que as diversões teatrais. O amor a essas cenas aumenta a cada condescendência, assim como o desejo de bebidas intoxicantes se fortalece com seu uso. (CPPE., pág. 302)
38. Como Balão conseguiu trazer o desagrado de Deus sobre os Israelitas?
“…Aconselhou Balaque a proclamar uma festa idólatra em honra a seus deuses, e persuadiria os israelitas a assistirem-na de modo que se deleitassem com a música, e então, as mais belas mulheres midianitas seduziriam os israelitas levando-os a transgredir a lei de Deus e a se corromperem e também influenciariam a sacrificar aos ídolos. Este conselho satânico foi muito bem sucedido.” (Spiritual Gifts, vol. 4, pág. 49)
” Iludidos pela música e dança, e seduzidos pela beleza das vestais gentílicas, romperam sua fidelidade com Jeová (PP., pág. 479)
39. EGW. fala de música secular aceitável cantada pelos músicos do navio onde se encontrava. Que características possuíam?
“Por cerca de uma hora a neblina não se dissipava e o sol não conseguia penetrá-la. Os músicos (no navio), que deviam desembarcar naquele local, entretinham os impacientes passageiros com música bem apresentada e bem selecionada. Ela não feria os sentidos como na noite anterior, mas era suave e realmente gratificante aos sentidos porque era harmoniosa.” (Carta 6b, págs. 2 e 3 . Escrita ao desembarcar na Nova Zelândia em Fevereiro de 1893)
40. A formação musical do irmão “S”se adequava mais a quê?
“O irmão S possui bom conhecimento musical, mas sua formação em música foi do tipo a adequar-se mais ao palco do que ao solene culto de Deus (Manuscrito 5, 1874)
41. Qual a opinião de EGW, sobre os movimentos corporais na música para o serviço religioso?
“Movimentos corporais são de pouco proveito. Tudo o que está ligado, de alguma forma, com o serviço religioso deve ser digno, solene e impressivo….Pode-se dizer o mesmo do canto. Assumis atitudes não dignas. Podes todo o volume e potência de voz que podeis. Abafais os acordes mais suaves e as notas de vozes mais harmoniosas que a vossa. Esse movimento corporal e a voz alta e estridente não faz harmonia àquele que ouvem na terra e aos que ouvem no Céu (Ibid.)
42. Do que Deus não se agrada em Ministros que professam ser representantes de culto? Por quê?
“Deus não se agrada quando ministros que professam ser representantes de Cristo, representam-No tão mal como se fossem arremessar o corpo em atitudes de representação, gesticulando de modo indigno e vulgar, apresentando movimentos grosseiros e reles. Tudo isso diverte e despertará a curiosidade daqueles que desejam ver coisas estranhas, empolgantes e bizarras, mas não elevará a mente e o coração daqueles que as testemunham.” (Ibid.)
43. O que não apresenta o coro dos anjos? Por quê?
“O coro dos anjos não apresenta notas estridentes e gesticulações. Seu canto não irrita o ouvido. É suave e melodioso e flui sem o esforço que eu tenho presenciado. Não é forçado e estridente exigindo exercícios físicos (Ibid.)
44. Quando há movimentos grosseiros durante o canto, o que ocorre com alguns?
“Alguns não conseguem reprimir pensamentos não sagrados e sentimentos de leviandade ao ver os movimentos grosseiros durante o canto.” (Ibid.)
45. A exibição e contorções do corpo, a aparência desagradável da melodia forçada pareciam tão fora de lugar para onde? O que produziam?
“A exibição e contorções do corpo, a aparência desagradável da melodia forçada pareciam tão fora de lugar para a casa de Deus, tão cômicas, que as solenes impressões produzidas nas mentes foram removidas. Os pensamentos daqueles que crêem na verdade não permanecem tão elevados como antes do canto.” (Ibid.)
46. Por que foi muito difícil tratar com o irmão “S “?
“Tem sido muito difícil lidar com o caso do irmão S.. Ele tem se portado como uma criança indisciplinada e deseducada. Quando seus atos são questionados, em vez de tomar a reprovação como uma bênção, ele deixa que seus sentimentos o julguem melhor, torna-se desencorajado e não faz nada. Se ele não puder fazer tudo como quiser, do seu modo, não ajudará de modo nenhum (Ibid.)
47. Qual a origem da música?
“A música é de origem celeste. Há grande poder nela.” (Ibid.)
48. É suficiente conhecer os rudimentos do canto? Por quê?
“Não é suficiente conhecer os rudimentos do canto; porém, aliado ao conhecimento, deve haver tal ligação com o Céu que anjos possam cantar através de nós.” (Ibid.)
49. O irmão “S” cantava na igreja mas seu canto em realidade era oferecido a quem?
“Tendes cantado mais para os homens do que para Deus (Ibid.)
50. Qual era o árduo trabalho do irmão “S”?
“Tem sido um árduo trabalho para vós superar vossos hábitos naturais e viver uma vida santa e abnegada.” (Ibid.)
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maio 7, 2018 at 4:11 am
Os músicos da IASD por vezes são acusados de utilizar de extrema manifestação artística. Chamam de melismas e arranjos desnecessários, e dizem que tais fatores chamam a atenção ao artista, e não a Deus.
Penso que um músico que trabalha para a indústria secular, seja para o grande público, seja jingles publicitários e/ou políticos, deve buscar sempre a excelência para que seu produto seja aceito. E não acho justo que um músico que seria capaz de produzir um trabalho de excelência para o mundo restrinja sua capacidade ao compor para Deus, que é digno de muito mais. Não se trata de chamar a atenção para si, mas de dar o melhor de si. Trata-se de entregar a Deus seus dons, para que Sua mensagem possa percorrer distâncias e alcançar cada vez mais corações.
Música cristã não deve ter qualidade ruim, tampouco ser feita de qualquer maneira. É necessário lembrar que a oferta de Caim foi negada. Qualquer que seja o seu dom, se no seu trabalho ou na sua escola você se empenha mais e produz melhores resultados do que na causa divina, algo está errado.
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agosto 12, 2018 at 2:39 pm
Estou fora a anos. Viajei no tempo com seu artigo. Muito bem escrito. Parabéns. Como um ex-membro da igreja, e que não a deixou por vaidade ou por discordância, E ainda tendo a certeza que é o caminho para salvação, pergunto: -O que fizeram com essa igreja? No meu tempo não se podia namorar com alguém que não fosse da igreja, e hoje se contrata músicos famosos que não fazem parte da igreja para gravar músicas com “cantores ” adventistas? Tive a curiosidade de procurar Leonardo Gonçalves citado por vc. Vi alguns vídeos; lamentável. Me perdoe, mas é só a opinião de quem um dia fez parte dessa verdade, E que acredita que não há outra. Obrigado.
Paulo Henrique Vasconcelos
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agosto 26, 2018 at 12:11 pm
Gostei muito do artigo, o que me incomoda na música adventista Hoje é Justamente isso.
(Depoimento de W. Costa Júnior no dvd ELEF)? Como não ter saudade de tempos em que havia apenas uma Celebridade no Templo? A maior Celebridade do universo. Quando todos juntos cantando para ELE eram motivados ao final de um cântico a bradar um fervoroso “Amém e Aleluia” ao invés de ovacionar alucinadamente a criatura como se fossem divindades. Quando jovens peritos na Palavra era comum e essencial. Música era importante, mas mero detalhe adicional.
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junho 25, 2020 at 4:54 am
Gostei muito do artigo. Vou fazer referência a ele no meu canal do YouTube onde estou postando essas músicas das décadas de 60, 70, 80 e 90.
Para quem tiver interesse: https://www.youtube.com/channel/UCjZRV0KYPHDlkuRXI4TiuBA
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julho 17, 2020 at 2:26 pm
Uma ótima reflexão… sou de 92 sempre ouvindo Arautos, Prisma, Integração e hoje, paro pra pensar se não me tornei careta por gostar mais das musicas “clássicas” que das atuais. Não que algumas mudanças não sejam bacanas, mas sinto saudade do tempo que todos cantávamos com o coração cheio.
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