O projeto Reação Adventista é uma iniciativa que tem como objetivo principal reagir à filosofias e posturas secularistas contrárias aos princípios bíblicos, tais como o marxismo, o feminismo moderno, o liberalismo teológico, o relativismo moral, o relativismo da verdade, a ideologia de gênero, o abortismo, o incentivo à promiscuidade, a defesa das drogas, a intolerância religiosa e o totalitarismo. Essas idéias tem sido fortemente disseminadas na atualidade, inclusive entre jovens da Igreja.

Formado por vinte jovens adventistas de várias regiões do Brasil, o projeto nasceu em meados de 2016, motivado por dois fatores: (1) o um número crescente de conhecidos nossos se desviando da Igreja e de Cristo ao entrar em contato e aderir a essas filosofias, sobretudo no ambiente universitário; e (2) o descobrimento de uma página adventista no Facebook disseminando posições secularistas antibiblicas, como a ideia de que a prática homossexual não é condenada pelas Escrituras. Diante disso, nos vimos na responsabilidade de ocupar um espaço até então vago na internet, onde se fizesse uma reação forte e direta a essas ideias perniciosas.

Assista também a nossa apresentação em vídeo:

Algo que percebíamos antes de criar o Reação Adventista, e continuamos observando desde que o projeto se iniciou, é que tem se tornado cada vez mais comum nossos jovens verem a Bíblia como insuficiente. O jovem se depara com ideologias seculares que pregam a justiça social, por exemplo, e passa a ignorar sistematicamente que a Bíblia já defende o auxílio aos necessitados há 3500 anos. Quando lembra deste fato não é para se apegar à Palavra de Deus, mas para justificar sua adesão à ideologias seculares, comprando junto o que de antibiblico vem com elas. A Bíblia não é suficiente.

O mesmo pode ser dito em relação à dignidade da mulher, aos direitos humanos, à liberdade individual, à igualdade entre etnias, ao Estado de direito, etc. Por mais que todos esses conceitos se devam à Bíblia, à tradição judaico-cristã, e por mais que centenas de milhares de cristãos verdadeiros tenham contribuído para estabelecer essas ideias na sociedade ao longo dos séculos (inclusive se opondo à maus cristãos, aos hipócritas, aos que distorciam à Palavra), isso é riscado da história.

O novo crente ideologizado compra sem pudor as narrativas secularistas e se coloca numa postura de quase pedir desculpas por ainda crer um pouco na Bíblia Sagrada. A estes, é mais fácil criticar e ouvir críticas ao Evangelho, à Igreja e às Sagradas Escrituras do que às ideologias e líderes que adotaram como santos.

Neste ínterim, o amor se desfigura, transformando-se em conivência com o pecado. E as questões morais passam a ser encaradas como questões políticas. Já não se pode falar contra o aborto, ou a ideologia de gênero, por exemplo, sem que se receba desses cristãos ideológicos a acusação de se estar tomando partido político e sem que se ouça dos mesmos o xingamento de: “Intolerante!”.

Nessa brincadeira, cria-se um campo de batalha entre os próprios cristãos. E enquanto isso, almas se perdem na promiscuidade, na embriaguez, na violência, nos vícios, na vida vazia e sem Deus. A Igreja se corroi por dentro quando perde a Palavra de Deus e seu Santo Espírito como referenciais. E ao ajudar a engrossar o caldo dos relativistas, os crentes ideologizados ajudam também a criar condições para reações extremas, radicalismos religiosos.

Ao que parece, a Sola Scriptura tem perdido o poder. Antes, perdera para tradições religiosas extrabiblicas. Agora perde para tradições secularistas extrabiblicas. Satanás, como um ventríloquo, controla os dois tipos de tradição, num combate ferrenho onde não importa o vencedor, a Palavra de Deus é solapada de algum modo.

O Reação Adventista se recusa a tomar parte nessa postura. E por várias razões. Em primeiro lugar porque não enxergamos o mundo sob essa perspectiva maniqueísta preto no branco, ondo se você não é feminista, é machista; se não é de esquerda, é de direita; se não apoia o movimento negro, é racista; se crítica o marxismo, é favorável à exploração. Esse tipo de visão é extremamente prejudicial à uma discussão racional e perigosa para um cristão, já que ao abraçá-la, o cristão se vê obrigado a comprar tudo do que um movimento ou conjunto de ideias diz para não ser classificado como machista, racista, intolerante. Ora, preferimos seguir o conselho de Paulo: Examinar/julgar tudo, reter apenas o que é bom (I Ts 5:21).

Em segundo lugar, cremos fortemente que a Bíblia é suficiente, não necessitando de muletas ideológicas seculares. Assim, não pensamos que ao criticar o feminismo, por exemplo, estamos nos tornando machistas, pois temos a Bíblia e ela basta para elevar a mulher e condenar abusos por parte dos homens. Não precisamos nos curvar à ideologias repletas de pontos anticristãos apenas porque em alguns aspectos elas levantam bandeiras positivas que já se encontram na Bíblia. Parece-nos mais racional e cristão ficar apenas com a Bíblia e só apoiar aquilo que não se opõe à Palavra de Deus. Sola Scriptura.

Em terceiro lugar, acreditamos que ser contra aborto, drogas, ideologia de gênero, relativismo, racismo, misoginia, misandria, violação dos direitos humanos, totalitarismo, Estados confessionais (ateus ou religiosos) e regimes ditatoriais não são meramente pautas políticas, mas pautas morais. O aborto, por exemplo, tem a ver com a vida de bebês. Resumir isso à política nos parece absurdo.

Em quarto lugar, jamais nos posicionamos favoráveis a algum partido politico, candidato ou pauta exclusivamente política. Nosso trabalho não é esse. O que fazemos é apenas discutir questões morais. Às vezes essas questões morais são defendidas ou atacadas por determinados grupos políticos. Não faz sentido algum nos relacionar de alguma forma a esses grupos só por isso. Há um claro anacronismo e uma politização de temas morais aqui por quem nos faz essa crítica.

Não defendemos, por exemplo, a vida do feto e do embrião no útero porque algum político, partido ou ideologia defende isso, mas porque a Bíblia diz que o feto e o embrião já são vida. A Bíblia antecede os partidos políticos. E a defesa da vida não é uma questão política, mas moral. O mesmo podemos dizer de outros temas.

Em quinto lugar, mesmo a IASD não se envolvendo institucionalmente com política (corretamente), há posições políticas que devem ser criticadas e rechaçadas, pois são contrárias aos princípios cristãos. Por exemplo, um cristão adventista não pode abraçar o nazismo. E se dissermos isso para qualquer adventista, vão concordar conosco. E ninguém nos dirá que estamos tomando partido político ao rechaçar o nazismo. Afinal, estamos falando de princípios. Não podemos abraçar uma ideologia nefasta que prega perseguição aos judeus, negros e outros grupos.

Em suma, nossa orientação é (e precisa sempre ser) a Bíblia e não as filosofias do mundo. Fazemos coro à orientação de Ellen G. White:

“Recomendo-vos, caro leitor, a Palavra de Deus como regra de vossa fé e prática. Por essa Palavra seremos julgados. Nela, Deus prometeu dar visões nos ‘últimos dias’, não para uma nova regra de fé, mas para conforto do Seu povo e para corrigir os que se desviam da verdade bíblica. Assim tratou Deus com Pedro, quando estava para enviá-lo a pregar aos gentios.” (WHITE, Ellen G. “Primeiros Escritos”, p. 78).

Eis aqui, portanto, o nosso desafio: permanecermos na Palavra do Senhor. Não, não é o desafio do Reação Adventista apenas, mas de todos os que entendem que a Bíblia pode, deve e precisa ser nossa única regra de fé e prática. Não precisamos de muletas. O evangelho nos basta. As Escrituras nos bastam. Que sejamos bíblicos e tudo o que for nobre, bom, lógico e racional, fará parte de nossa postura. Sem distorções.
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Obs.: Se, ao ler nossa introdução, você concordou e se identificou conosco, fique à vontade para fazer parte desse projeto. Aceitamos sugestões e colaborações, que deverão ser enviadas para o e-mail: reacaoadventista@gmail.com